Explorando o universo de ferramentas no-code: uma jornada de 42 Dias
Resumo da jornada com links e reflexões.

Ano passado comecei o desafio #100DaysOfNoCode. Eu já vinha testando algumas ferramentas no-code antes, mas queria aprofundar.
Minha hipótese era de que o conhecimento nessas ferramentas me permitiriam ampliar meu conhecimento em lógicas de programação, melhorar a colaboração com os desenvolvedores e prototipar com mais rapidez e eficiência.
Meu foco desde o início era menos na interface e mais na utilidade das ferramentas e possibilidades em projetos.
Aqui está um resumo dessa trajetória, com alguns links e aprendizados.

Problema
- Quantidade de ferramentas no-code: é difícil escolher quais aprofundar e comparar de maneira efetiva em quais projetos usar.
- Experiência prática limitada: Sem um plano de aprendizado estruturado, estava difícil ganhar experiência prática significativa em ferramentas no-code.
Objetivos
- Avaliar e selecionar as ferramentas no-code mais adequadas para determinados projetos ou finalidades.
- Ganhar experiência prática com ferramentas no-code através de aprendizado estruturado e trabalho em projetos.

A primeira semana foi sobre explorar diferentes ferramentas e me familiarizar com os modelos mentais de construção de automação, bancos de dados e formulários.
Comecei criando uma conta no Twitter (já que não tinha uma desde 2017) para compartilhar meus aprendizados e me aproximar da comunidade de no-code, que desde o início foi bem receptiva.
Lá publiquei minha primeira automação de agendamento de tweets que construí usando o Airtable.

Também criei uma espécie de diário usando o Airtable. A ideia era registrar e dar visibilidade ao progresso nesses desafios.
Depois criei uma página simples usando o Carrd.

Um projeto interessante foi a automação de tarefas diárias usando o Zapier.
Resolvi automatizar o encaminhamento de e-mails de confirmação de pagamento que costumo enviar para o meu parceiro. Dessa forma eu reduziria esse esforço manual.

Em um dos desafios, aproveitei para refletir sobre coisas que estava gostando de aprender em 2022, então construí um mini site pessoal usando a ferramenta chamada mmm.page. Logo quando vi a página demo da ferramenta, já fiquei interessada, por ser divertida e diferente do que costumo ver em landing pages.

A conta gratuita tinha restrição de 30 blocos (componentes), então tive que adaptar algumas ideias.

Eu estava acostumada a criar formulários com lógicas no Jotform e Typeform, mas desta vez testei o Tally.so. A ferramenta foi criada em julho de 2020 por 2 pessoas e a abordagem que eles escolheram foi a de ter preços mais acessíveis, mesmo em features avançadas. A ferramenta tem uma UI simples e é bem prazerosa de usar.
Quando tive dúvidas, entrei em contato com eles pelo Twitter. A própria fundadora respondeu à mensagem e foi bem solícita.

Outro projeto interessante foi criar um aplicativo usando o aplicativo Glide app. Eu já tinha usado essa ferramenta no passado e tinha gostado bastante. Dessa vez, aproveitei o desafio para organizar uma lista de +100 perguntas que tenho coletado ao longo do tempo. A ideia era facilitar meu acesso às perguntas e compartilhar com quem tivesse interesse também.

Entre as criações, construí um site usando Softr que pegava os dados do Airtable. A ferramenta tem modelos prontos, o que torna bem simples conectar os dados da tabela, transformando em uma lista clicável e com filtros.
Como nesse dia escolhi falar de feiras que visitei, segui um tutorial que ensinava a adicionar mapas interativos do Google para aparecer na página de detalhes da feira.

Em outro projeto também usando Softr, criei um diretório com uma lista de artistas que criam analogias visuais. O mais trabalhoso desse projeto foi construir as tabelas e categorizar de forma que eu conseguisse aproveitar na página como filtro.


O Coda foi uma das ferramentas que mais gostei. Ela tem um bom desempenho, é mais estável do que muitas ferramentas no-code, e tem inúmeras possibilidades.
Nesse projeto me lembrei das necessidades que tive como Gerente de Produto, de acompanhar e alinhar diferentes projetos com outras áreas.
A proposta era criar um rastreador de projetos. Nesse desafio aprendi a criar um botão com valores pré-definidos, fórmulas básicas para calcular a priorização das tarefas e criar uma visão geral e simplificada do projeto.

No mesmo espírito de rastreamento de projetos, construí um roadmap de produto usando o Airtable. A ideia era conectar OKRs, projetos e atualizações semanais para equipes assíncronas.
O objetivo era construir uma fonte centralizada para melhorar a visão geral dos projetos.

Mais para frente no desafio, usei o Voiceflow para criar um aplicativo de voz que seria controlado por comandos de voz.
Primeiro, era necessário conectar com uma tabela de dados e não consegui com o Airtable, pois apareceu um erro 401 e não encontrei uma solução.
Para continuar, resolvi usar o Google Sheets e deu certo. Aprendi a adicionar, recuperar e atualizar dados usando a integração do Voiceflow com o Google Sheets.
Nesse dia fiquei bem surpresa com a possibilidade de construir um produto com comandos de voz sem escrever código.

Resolvi pular um desafio de criar uma Wiki pessoal usando o Notion, pois já o usava como portfólio e também como rastreador de hábitos.
O que eu não sabia era que eu poderia personalizar meu site do Notion de forma bem simples, então experimentei o Popsy.co. Uma ferramenta simples para customizar páginas do Notion.
Aqui está uma parte da página do Notion com o Popsy aplicado usando apenas as funcionalidades gratuitas.

Em certo momento comecei a aprender os conceitos de API e para testar meu aprendizado, resolvi criar uma analogia visual. Eu queria uma analogia diferente daquela do garçom — que foi a melhor que ouvi até o momento.

Tradução da imagem: A criança seria a aplicação/usuário que chama a API. A carta que ela escreve para o papai noel é como se fosse a requisição que vai até o servidor, que é o papai noel. Ele valida a requisição e, caso aprovada, responde com o presente. A árvore é a API que recebe a resposta e permite o acesso à criança que fez a requisição inicial.
Só depois percebi algumas implicações desta analogia:
- A árvore (API) não verifica as informações, ela ficou mais passiva.
- Diferente de uma API, o tempo de resposta pode ser bem longo 😂
Depois experimentei fazer requisições para uma API usando Hoppscotch. Isso foi completamente novo para mim, então fiquei um tempo testando a ferramenta.

Para não esquecer as informações importantes dos parâmetros, criei essa colinha:

Segui o desafio com entusiasmo e consegui manter por 42 dias. Estava divertido experimentar novas ferramentas, até eu começar a me sentir sobrecarregada.
Naquela época eu tinha recém começado a atuar como Gerente de Produto e estava com outros projetos pessoais além desse. Foi quando resolvi dar uma pausa.

Quando retornei ao desafio meses depois, percebi que o próximo conjunto de atividades eram focadas em wireframes e ferramentas de design, o que eu já conhecia. Então, decidi abandonar o desafio e começar a explorar novas ferramentas por conta própria.
Confesso que no início tive certa dificuldade em abandonar o desafio, como se fosse uma falha parar no meio. Até que me lembrei do motivo pelo qual comecei ele e decidi usar isso como motivação para continuar minha própria jornada. Desde então sigo mais confiante e animada com os aprendizados que tive, apesar de ter tomado um rumo diferente do planejado.
Resultados após 42 dias:
- 20 ferramentas diferentes testadas
- 21 categorias de aprendizagem, tais como automação, banco de dados, visualização de dados, CRM, API, etc.
- +35 projetos diferentes criados
🔗 Visite o diário dessa jornada para ver mais detalhes e acessar todos os links dos projetos.
Reflexões
Adoro esses desafios para aprender ou praticar algo e particularmente recomendo o #100DaysOfNoCode.
Foi uma mistura de conceitos e práticas, seguindo uma estrutura como de um curso, mas 100% gratuito.
Ao longo dos dias aprendi possibilidades e limitações das ferramentas no-code com o apoio da comunidade. Quando tive dúvidas ou problemas, entrei em contato com as empresas e fui muito bem atendida, especialmente através do Twitter, onde geralmente eram os próprios criadores das ferramentas respondendo.
E essas são as minhas principais conclusões da jornada:
- As ferramentas no-code têm um grande potencial para reduzir esforços manuais e aumentar a produtividade em diferente projetos.
- Os modelos mentais de programação ainda estavam presentes mesmo utilizando ferramentas sem código e isso tornou mais divertido aprender esses conceitos como automação, bancos de dados e API.
- As ferramentas no-code tem várias limitações. Algumas vezes tive que ser criativa e me adaptar aos limites para fazer as coisas acontecerem. É bem importante testar diferentes formas e ferramentas antes de se comprometer com um projeto específico.
🎁 Links extras:
Aqui estão alguns sites para te ajudar a encontrar mais ferramentas no-code:
- Lista no Airtable criado pelo Cali (Renato Caliari), o “sommelier” de ferramentas (risos)
- NoCode Guru: Divertido e, além da lista, dá para falar com o chatbot e ver o que o ‘Guru’ recomenda.
- NoCodeExamples: 200+ exemplos de produtos feitos com no-codes e as ferramentas usadas
- Intro to no code: Notion com várias informações gerais sobre no-code
Obrigada por ler! :)
Se tiver dúvidas, manda mensagem. E fique à vontade para me adicionar no LinkedIn.